A reportagem abaixo nos prova que podemos sim criar um ambiente bem charmoso em poucos metros quadrados...
O sofá tem espaço para sentar no lugr de um dos braços. Sem as almofadas do encosto, vira
cama para hóspedes. Foto Evelyn Müller
cama para hóspedes. Foto Evelyn Müller
Um ano de estudos na cidade de Florença, na Itália, e a publicitária Flavia Baptistiniretornou ao Brasil se sentindo outra pessoa. Ficou um tempo na casa dos pais antes de retomar a vida profissional na capital. Não passava pela sua cabeça morar no apartamento de 40 m², na Vila Nova Conceição, que alugava na época da faculdade. “Era apertado e seria como se eu estivesse voltando para trás”, recorda. Em 2009, quando viu que o imóvel estava à venda, tomou a resolução: “Só mudo se transformá-lo totalmente”. A promessa foi cumprida após a reforma radical feita pelas arquitetas Débora Racy e Nicole Sztokfisz, do escritório Arquitetura Paralela. “A primeira providência foi abrir a cozinha para a sala, o que deixou o espaço amplo e claro”, afirma Débora. Ficou mais iluminado ainda com o amarelo vibrante escolhido para a pintura das paredes da cozinha. O fogão antigo estava abandonado nos fundos da casa de uma tia dela, mas em perfeito estado. “Era da cozinha de visitas e usado apenas para fazer o café e os bolinhos de chuva, que eu adorava”, recorda Flavia. Para favorecer a circulação, ela não quis muitos móveis. Em todos os cômodos, a marcenaria, feita sob medida, aproveitou bem os espaços e acompanhou os cantos arredondados das paredes, originais do prédio. Até o sofá, de 3 m de largura, se encaixa na curva da sala. De linho rosa antigo, é a peça mais feminina. “Quis nessa cor para não ficar apagado no meio das paredes brancas e do piso cinza”, comenta a moradora.
A cozinha foi aberta para a sala, recurso muito usado em
apartamentos minúsculos. Foto Evelyn Müller
apartamentos minúsculos. Foto Evelyn Müller
Uma das paredes da sala é inteira tomada pelo móvel de
MDF branco, com gavetões e portas basculantes para guardar
tudo: de documentos a guardanapos, copos e pratos. Sobre a
TV, há ainda prateleiras que aproveitam bem o espaço. Foto
Evelyn Müller
MDF branco, com gavetões e portas basculantes para guardar
tudo: de documentos a guardanapos, copos e pratos. Sobre a
TV, há ainda prateleiras que aproveitam bem o espaço. Foto
Evelyn Müller
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A estrela da sala é o sofá em "L", com espaço de sobra para receber os
amigos. Atrás do móvel, um aparador revela telas e objetos.
Foto Marcelo Magnani
amigos. Atrás do móvel, um aparador revela telas e objetos.
Foto Marcelo Magnani
Marco Antonio Medeiros até deu uns toques na arquitetura de interiores do apartamento de 45 m², em Florianópolis, pertencente a um amigo. “Mas jamais imaginei que iria acabar morando aqui”, conta o arquiteto catarinense. Foi assim: o proprietário se mudou para outro apê na mesma época em que Marco resolveu se mudar para o pequeno imóvel alugado. “Como tudo estava novinho, praticamente só refizemos a decoração, antes à base de marrom”, conta o profissional. Hoje, prevalecem os tons neutros. Paredes brancas e toques de azul exalam um espírito navy, propício a quem mora à beira-mar. Nem foi preciso recorrer muito à marcenaria sob medida, trunfo comum para fazer caber tudo de que se precisa em áreas pequenas. A exceção foram os armários da cozinha americana, pouco usada porque os dois comem fora praticamente todos os dias. O grande barato é o living, que dispensa sala de jantar, onde gostam de receber amigos. Há inclusive peças ganhadas de alguns deles, como a mesa de centro e a mesa-bar que fica perto da entrada. Mas e o sofá, que forma um grande “L” e parece ter sido projetado especialmente para o local? “Veio de uma antiga loja e coube direitinho”, conta Marco, que destaca ainda a base com portinholas retráteis do móvel, onde se podem guardar calçados. Ele também pode virar duas camas de solteiro para abrigar visitantes.
Olha só que solução esperta! Para dar uma força ao
armazenamento de calçados, a base do sofá tem um fundo falso,
acessado por portinhas basculantes. Foto Marcelo Magnani
armazenamento de calçados, a base do sofá tem um fundo falso,
acessado por portinhas basculantes. Foto Marcelo Magnani
O arquiteto Marco Antonio Medeiros próximo ao balcão da
cozinha americana. Foto Marcelo Magnani
cozinha americana. Foto Marcelo Magnani
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Em tons de cinza, preto e vermelho, os armários ocupam uma só parede, unindo cozinha e sala.
Foto Salvador Cordaro
Foto Salvador Cordaro
Em um cálculo aproximado, a gerente de publicidadeSandra Maciel deve ter perdido 14.400 horas de sua vida – ou 600 dias – no trânsito. Sandra morava na Vila Mariana e trabalha no Jaguaré, em São Paulo. Apesar de ter tamanho razoável, o apartamento de 75 m² onde ela vivia sozinha havia se tornado inviável. Pois, numa sexta-feira à noite, durante uma festa na casa de um conhecido, Sandra se apaixonou perdidamente: por um loft de 43 m², no bairro do Itaim. “No dia seguinte, voltei lá e comprei”, diz. Ao receber a informação do tamanho, o designer de interiores Rogério Castro quase caiu para trás. Amigo de Sandra de longa data, foi ele, ao lado da arquiteta Fabíola Fera, o encarregado de criar soluções que atendessem uma executiva com vida social agitada e dona de 100 pares de sapato. “Sabe o que eu falei para ela? ‘Não vai dar’”, conta Rogério. Mas deu. Graças a duas providências. A primeira: antes de se mudar para o loft, a proprietária desfez-se de quase tudo. Móveis, eletrodomésticos, roupas, sapatos – ficou com 50 pares. A segunda: a criação de um apuradíssimo projeto de marcenaria. “Em espaços assim, os móveis prontos não funcionam”, diz Rogério. O guarda-roupas com portas de correr é muitíssimo menor do que o closet do outro apartamento, mas adequado à nova fase da moradora. “Viver aqui fez com que eu mudasse até meu estilo de vestir. Só compro o que realmente amo”, diz Sandra. Há algumas semanas, comemorou seus 39 anos na companhia dos amigos. Em casa, obviamente. “O pessoal se espalha, senta nos degraus da escada e dá tudo certo”, afirma. Vez por outra, ainda há espaço para hospedar a mãe, que dorme no sofá-cama da sala.
A marcenaria previu uma área de escritório. Retrátil, a mesinha
comoda um laptop. No nicho de baixo, Sandra guarda
vassouras e cadeira de praia. Foto Salvador Cordaro
comoda um laptop. No nicho de baixo, Sandra guarda
vassouras e cadeira de praia. Foto Salvador Cordaro
Com portas de correr, o guarda-roupa tem uma área para 50
pares de sapato. Foto Salvador Cordaro
pares de sapato. Foto Salvador Cordaro
O principal para compor qualquer ambiente, grande ou pequeno, é planejar. Não falo de marcenaria planejada, necessariamente. Mas de planejar a disposição, os móveis que cabem e que harmonizam.
ResponderExcluirBeijos
Pois é Liz... planejar é muito importante... mas, a gente que viaja por este mundo virtual ve tanta coisa bonita e ter que abrir de uma coisa ou outra para conseguir um ambiente harmonizado!
ResponderExcluirObrigada pela visita, Liz